segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ministério da Saúde condena doentes com leucemia à morte

Enquanto se desvia R$ 6 bilhões por ano em corrupção (vide post anterior), o Ministério da Saúde baixou uma portaria que limita em até 15%, por instituição de saúde, a porcentagem de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) que podem receber o medicamento de segunda linha – que é a única opção para os que deixam de responder às opções de primeira linha.

Segundo matéria publicada no Estadão, a Portaria nº 90/2011, que passou a ser aplicada em julho, representa uma “camisa de força” para o tratamento da LMC. O presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, médico Cármino Antônio de Souza, estima que essa taxa fique entre 25% e 35% nos pacientes do País.

Se o Ministério da Saúde limitou em 15% o número de pacientes que podem ser tratados com a medicação fornecida pelo governo, isso significa que de 15 a 20% dos doentes estarão desde já condenados à morte. Com uma pitada de aparente sadismo, o Ministério da Saúde coloca nas mãos dos médicos a decisão sobre quais pacientes receberão e quais não receberão a medicação.

A leucemia é uma doença com diferentes graus de gravidade. Alguns tipos são curáveis e outros apenas permitem uma sobrevida ao doente através da aplicações de medicamentos em quimioterapia (eu perdi minha esposa para essa doença, apesar de ela ter sido tratada com todos os medicamentos e recursos necessários), ocorrendo também em crianças e jovens.

Tanto se fala dos morticínios na Líbia, na Síria e em outros países por ordem dos tiranos psicopatas que por lá governam com mão de ferro e pouco se comenta sobre o morticínio que o nosso governo comete contra nossos doentes. Sabemos do péssimo atendimento do SUS e das incontáveis mortes que ocorrem por demoras em exames e cirurgias, além de hospitais com instalações insuficientes – e agora somos surpreendidos com o corte destas medicações, o que provocará mais mortes anunciadas.

E nem vale a pena comentar sobre os novos impostos que o governo petista quer nos impingir, alegadamente para suprir as despesas com a saúde. Se a corrupção fosse estancada, teríamos mais R$ 6 bilhões anuais para cobrir estas e outras despesas, uma obrigação tácita dos governantes em todas as épocas. Afinal, os impostos que pagamos deveriam ser destinados prioritariamente à educação e saúde, e não para manter a máquina pública inchada com exagerado número de apaniguados, funcionando muito mal.

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