Deputado Rogerio Carvalho(PT-SE) |
Documento propõe fontes de financiamento para o SUS
A Comissão de Seguridade Social e Família
aprovou nesta quarta-feira o relatório final da subcomissão especial que
analisou o financiamento, a reestruturação, a organização e o
funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento havia sido aprovado
pela subcomissão no dia 24 de outubro. O relatório do deputado Rogério
Carvalho (PT-SE), de quase 400 páginas, conclui que o Brasil gasta muito
pouco com saúde pública.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sistemas de cobertura universal, como o brasileiro, demandam entre 6,5% e 7% do Produto Interno Bruto (PIB). No caso brasileiro, somando-se os gastos das três esferas de governo, chega-se a pouco mais de 3,6%, um valor próximo à metade do necessário.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sistemas de cobertura universal, como o brasileiro, demandam entre 6,5% e 7% do Produto Interno Bruto (PIB). No caso brasileiro, somando-se os gastos das três esferas de governo, chega-se a pouco mais de 3,6%, um valor próximo à metade do necessário.
De acordo com o texto, os gastos públicos em saúde representam 45%
dos gastos totais em saúde e favorecem os 190 milhões de brasileiros. Já
os gastos privados – no mercado de planos de saúde, seguros de saúde e
consultas particulares - somam 55% dos gastos totais.
Diante desse quadro, o relatório propõe a apresentação de um projeto
de lei sobre o ressarcimento presumido ao SUS. Trata-se da colaboração
entre os sistemas público, privado e suplementar de saúde, que se dará
sem a exclusão do atual ressarcimento, baseado em procedimentos
individuais.
Hoje, se um usuário de plano de saúde recorre a um serviço do SUS, a
operadora do plano é obrigada a ressarcir o sistema com os valores
daquele atendimento específico. No caso do ressarcimento presumido,
anualmente, as operadoras de planos e seguros privados de saúde deverão
pagar pelos atendimentos de usuários dos planos presumidamente
realizados nos hospitais públicos e instituições conveniadas ao SUS.
Diagnóstico e soluções
O documento busca traçar um diagnóstico do setor e apontar soluções para falhas identificadas, como a escassez de financiamento.
Para este problema, o texto sugere uma série de alternativas, como
apoiar a criação de um novo tributo para financiar o setor (o Projeto de
Lei Complementar 32/11, que institui a Contribuição Social para a
Saúde); tributar grandes fortunas, como, por exemplo, o patrimônio sobre
jatinhos, helicópteros, iates e lanchas; tributar remessa de lucros
para o exterior; e instituir um imposto sobre grandes movimentações
financeiras para transações acima de R$ 1 milhão.
O deputado João Ananias (PCdoB-CE), que presidiu a subcomissão,
ressaltou que o documento deve ser fonte de pesquisa para os
parlamentares, servindo à formulação de novas propostas para a área.
O relatório aprovado hoje determina ainda a criação do Conselho
Nacional de Gestão do SUS, além de conselhos estaduais e regionais.
Atualmente, a gestão é feita pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho
Nacional de Secretários de Saúde e pelo Conselho Nacional das
Secretarias Municipais de Saúde.
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