No
Maranhão, situado no piso das estatísticas, há 1,31 postos médicos
ocupados para cada mil habitantes –número 3,4 vezes menor que o do Rio e
São Paulo, no topo.
Para
cada mil usuários dos planos de saúde, há 7,6 médicos à disposição nos
estabelecimentos privados de saúde. No SUS, há 1,95 profissionais.
Os
usuários dos planos de saúde são contados em 46,6 milhões de
brasileiros. Contam com a assistência de 354.536 médicos que trabalham
em estabelecimentos privados.
A
clientela do SUS soma 144 milhões de pessoas. Dispõem de 281.481
médicos que ocupam postos de trabalho nos estabilecimentos públicos de
saúde. Daí a disparidade.
Os dados constam do estudo ‘Demografia Médica no Brasil’, divulgado nesta quarta-feira (30).
O
trabalho foi feito por duas entidades de classe dos médicos: o Conselho
Federal de Medicina e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
As disparidades são ainda maiores quando os Estados são analisados individualmente.
No Maranhão e no Pará, por exemplo, há no SUS menos de um posto de trabalho ocupado para cada mil habitantes.
Na
Bahia, os usuários do SUS dispõem de 1,25 médicos para cada mil
habitantes, contra notáveis 15,14 profissionais na rede privada.
O
quadro baiano, anota o estudo, “ilustra a distroção de forma
dramática”. Nada menos que 89,7% da população do Estado é usuária do
SUS.
Feitas
as contas, verifica-se que a quantidade de médicos que atende na rede
pública é 12,11 vezes menor do que presta assistência aos pacientes da
rede privada.
Num
estado como São Paulo, onde a cobertura dos planos de saúde é maior
(44,5%), há na rede privada 6,23 médicos para cada mil habitantes,
contra 3,04 do SUS.
O estudo revela outra particularidade do trabalho dos medico: a multiplicidade de empregos.
Estão
registrados nos conselhos regionais de medicina 371.788 profissionais.
Ocupam postos de trabalho nas redes pública e privada 636.017 médicos.
“O
mesmo professional atua em mais de um serviço e atende a diferentes
populações, até mesmo em municípios diferentes”, anota o relatório.
O estudo reforça a desigualdade na distribuição territorial dos médicos. Diz o texto:
“As regiões Sudeste e Sul [mais desenvolvidas] se colocam novamente no extremo oposto das regiões Norte e Nordeste”.
No Rio e em São Paulo, cada grupo de mil habitantes conta com 4,47 médicos em atividade nas redes privada e pública.
Esse índice é 44% mais alto do que a média do país: 3,33 postos médicos ocupados para cada mil habitantes.
No
Maranhão, situado no piso das estatísticas, há 1,31 postos médicos
ocupados para cada mil habitantes –número 3,4 vezes menor que o do Rio e
São Paulo, no topo.
Afora
as disparidades na localização geográfica dos medicos, o estudo
menciona as desigualdades provocadas pela estrutura de financiamento do
sistema de saúde.
Privilegia-se o privado em detrimento do público. No Brasil, o Estado responde por 45,7% dos investimentos em saúde.
Bem
menos do que investem os governos do Reino Unido (83,6%), França
(76,7%), Alemanha (75,7%), Espanha (72,1%), Portugal (69,9%) e Canadá
(68,7%).
No dizer do estudo das entidades médicas, há no Brasil um “subfinanciamento crônico” da saúde.
O
quadro que se agrava pela ausência de regulamentação da Emenda 29, que
distribui as responsabilidades pelo custeio da saúde entre União,
Estados e municípios.
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