domingo, 4 de março de 2012

Governo do Maranhão, no desespero, comemora dados questionados por grandes especialistas em saúde do País.

A Governadora do Maranhão começa a demonstrar desespero com as denúncias dos Deputados Federais Simplicio Araújo e Domingos Dutra sobre o gasto bilionário do programa saúde é vida e tenta usar estudo do Ministério da Saúde Criticado por sanitaristas como "corpo sem cabeça" por não considerar os dados epidemiológicos, nem levar em conta, por exemplo, se determinados serviços possuem ou não equipamentos.
 
Outro importante detalhe é que no afã de se justificar pelos gastos absurdos para contruir 72 hospitais, onde já foram gastos, segundo os Deputados, mais de 1 Bilhão de reais e somente 05 unidades do programa saúde é vida do Governo do Estado estarem em funcionamento, o Governo do Maranhão esquecer de comparar a atual situação do Estado no IDSUS com os vizinhos Piauí e Tocantins, que estariam em situação muito melhor. Tocantins seria, pelo estudo o sexto melhor sistema de saúde do País, uma piada.

abaixo reproduzimos o artigo de José Noronha, diretor ad-hoc do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes e médico do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), afirmando que o IDSUS é uma excelente forma de PRESTAR UM DESSERVIÇO AO SUS E PREMIAR OS MAUS GESTORES.
 
"Parte da tecnocracia do Ministério da Saúde acaba de brindar à sociedade brasileira um disparate metodológico a título de atender a fome do chamado “ranqueamento” (no meu tempo era classificação, como ainda é no futebol), que frequenta com avidez uma parte da grande mídia brasileira. E pior, pretendendo se constituir num processo de pontuação isento de contaminação política ideológica.

Diz o Ministério que se baseou teoricamente (?) no Projeto Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde Brasileiro PRO-ADESS, projeto liderado pela ABRASCO e pelo ICICT da Fiocruz. Ao contrário do que diz o Ministério, o PRO-ADESS foi desenvolvido justamente para se OPOR à proposta de utilização de indicadores compostos ou agregados para hierarquizar países que foi empregado pela Organização Mundial de Saúde para produzir seu malsinado Relatório Mundial de Saúde de 2000, rejeitado pelo Brasil e por toda a comunidade acadêmica séria nacional e internacional que se manifestou nos anos imediatamente seguintes à sua divulgação. A proposta central é de que a saúde é multidimensional e deve ser avaliada matricialmente e não somando variáveis de dimensões diferentes para chegar a um índice único. E ainda pior, em corte transversal, sem levar em conta a evolução de cada uma das variáveis ao longo do tempo.

O ID SUS soma mortalidade infantil com acesso, com taxas de cesarianas, frequência de consultas pré-natais, com cobertura nominal de PSF e mais outros tantos para chegar ao tal indicador único e classificar estados e municípios. O resultado não podia ser outro. Atribui ao SUS uma nota medíocre desprovida de significado lógico, que foi logo embalada pela grande imprensa como prova contundente de seu fracasso. Uma das mais festejadas administrações municipais por todos os indicadores que utilizemos, a de Aracaju, sai mal na fita: tira nota mais baixa do que prefeituras que sabidamente nunca tiveram compromisso com a saúde pública. Outra que sempre ilustrou trabalhos científicos sérios bem feitos e documentados, a cidade de Belo Horizonte, também não é o que imaginávamos. O Rio de Janeiro tira a nota mais baixa entre as capitais. Qualquer observador pouco atento rapidamente comprovará a falácia da classificação. Não é coisa séria. Felizmente, o tempo e a realidade se encarregarão de sepultar na poeira tão funesta iniciativa."
 
 

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