QUEREM ACABAR DE VEZ COM O SUS
Publicado em 06/03/13
A Classe Politica, o CNS – Conselho
Nacional de Saúde, o Ministério Público, do Movimento Sanitário e o
Supremo Tribunal Federal devem ficar atentos para a gravidade do pacote
de medidas que prevê redução de impostos e subsídios com o intuito de
expandir a assistência médica suplementar que está sendo negociado em
encontros da Presidente Dilma Rousseff e sua equipe com donos de planos
de saúde, inclusive sócios do capital estrangeiro que chega faminto ao
mercado nacional.
O Governo Federal parece que desistiu de garantir a completa reforma do
SUS, primeiro porque negou o comprometimento de pelo menos 10% (dez por
cento) do orçamento da união para a saúde. Agora, após reconhecer que o
gasto público com saúde é insuficiente para um sistema apontado na
Constituição Federal como Universal e integral, deixa claro que não
consegue controlar verdadeiros desperdícios e arroubos com os recursos
públicos a exemplo do que acontece no Maranhão, onde se tem simplesmente
60 hospitais construídos pelo governo do Estado, sem os devidos
estudos, abandonados em meio aos matagais.
Com isso, e com a proximidade de mais uma eleição em 2014, retira-se de
cena os sanitaristas e escalam-se maquiavélicos marqueteiros com o
intuito de elaborar uma proposta que mascare pelo menos por alguns meses
o problema que apavora todas as pesquisas eleitorais em qualquer esfera
da Federação que é o gravíssimo problema de saúde pública.
Em nome de mais quatro anos de poder, podemos assistir nos próximos anos
o desmonte total do Sistema Único de Saúde, e o que é pior, através de
um golpe na classe média.
O negocio é bilionário. Trata-se de oferecer aos cidadãos e a pequenas
empresas planos de saúde de baixo custo e de cobertura inexpressiva
direcionada a um publico que seria penalizado duas vezes, a primeira por
já pagar impostos contribuindo dessa forma para o SUS e segundo por que
teria nos serviços públicos o destino final dos problemas como câncer e
doenças de maior gravidade, a vista do que acontece hoje com os grandes
planos de saúde.
Este tipo de paliativo só criaria, em médio prazo, um agravamento maior
da caótica e falida situação de saúde publica. O Governo Federal que
busca apenas o devido sustentáculo à sua permanência no poder, não pode
apontar para os desvios, os desmandos, devaneios e os gestores
incompetentes que causam o sistema ineficiente, pois seria um tiro no
pé. Mais fácil maquiar a situação oferecendo aos jovens empreendedores e
aos seus saudáveis funcionários e cidadãos a ilusão de uma cobertura
através de um plano de saúde “tabajara” instituindo nesses a sensação de
proteção que só será revelada, a exemplo do que acontece hoje com quem
tem plano de saúde privado, quando se vier a precisar.
Nos Estados Unidos o governo Obama tenta torna mais equânime o sistema
dos planos privados mais caros do mundo, visando permitir um acesso de
maior parcela da população americana, com as devidas garantias de
cobertura. Fazer saúde visando apenas o lucro com a doença pode levar o
sistema único de saúde ao colapso total.
O SUS foi uma importante conquista da população brasileira, é lamentável
ver o Governo Federal desistir de implantar plenamente um Sistema
elogiado em diversos países em nome da limitada capacidade do mesmo,
quando na verdade a limitação está na incapacidade do governo de
combater a corrupção que está entranhada em grande parte das Secretarias
Municipais e Estaduais de Saúde.
SIMPLICIO ARAÚJO
DEPUTADO FEDERAL – PPS/MA
DEPUTADO FEDERAL – PPS/MA
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